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Trilha do Morro do Cambirela: como subir o gigante à beira do mar

Imagina como seria uma trilha que começa a cerca de 20 metros de altitude, muito próximo do mar e às margens de um rio, e termina a quase 1000 de altura, no alto de uma montanha? Curtiu a ideia? Essa aventura se chama Morro do Cambirela e está na cidade de Palhoça, vizinha de Florianópolis, em Santa Catarina. A trilha até o topo é pesada e demora cerca de 3 horas para subir, mas o visual é fantástico.

Do topo do Morro do Cambirela é possível ver uma enorme faixa do litoral catarinense, desde da cidade de Governador Celso Ramos até a região de Garopaba. E claro, toda a Ilha de Santa Catarina. Se de um lado se tem o visual azul do oceano, por outro é o verde intenso dos morros do Parque Estadual da Serra do Tabuleiro. É uma paisagem linda que facilmente conquistará diversas curtidas e comentários do Facebook e no Instagram. Mas para chegar até lá, é preciso um pouco de empenho.

trilha do cambirela

A trilha para o Morro do Cambirela

Até o topo da montanha há três trilhas, mas duas são reconhecidas como as principais e mais usadas – Trilha 2 e Trilha 3. O principal motivo é que ambas começam praticamente no mesmo ponto. Então, quem vai de carro até o Morro do Cambirela pode ir e voltar por caminhos diferentes e ainda assim chegar no lugar onde estacionou.

Claro que sempre é possível tanto subir quanto descer por todas elas, mas é comum alternar os caminhos entre a ida e a volta. Essa é a vantagem de escolher as trilhas 2 e 3. Esses dois caminhos praticamente começam no mesmo lugar, ao pé da montanha na face Norte. Já a Trilha 1 inicia no lado Leste.

Todas as trilhas se encontram antes do cume. Então, o trecho final com cerca dos últimos 200 metros de altitude será igual para todas as trilhas. Esse caminho final passa por falsos cumes até o pico e tem um visual estonteante.

Para começar a Trilha 2 ou 3 siga pela Rua Jacó Vilain e dobre à esquerda na Rua Dezesseis. Seja educado e peça licença para cruzar uma porteira de madeira. É possível estacionar o carro mais à frente.

Trilha 1

Essa trilha começa na BR-101 e sobe o Morro do Cambirela pela face Leste. A trilha começa com trecho de mata com inclinação leve. Logo o terreno o fica mais pedregoso e muito mais inclinado. É bom ter atenção e usar os braços para seguir rumo ao topo. Nesse trecho a trilha não está tão bem definida, mas há alguns laços vermelhos que ajudam o trilheiro. Entre as três trilhas conhecidas que levam ao cume, essa é a intermediária quanto ao nível de dificuldade.

Estacione próximo a Rua Jacó Vilain. Siga pela margem da BR-101 sentido Sul e comece a trilha à direita, quando o terreno ficar descampado.

Trilha 2

É reconhecida como a trilha mais puxada tecnicamente por ser a mais íngreme. Essa é a trilha que dá fama ao Cambirela como um trekking que exige escaladas e cordas vem deste caminho. Verdade que não há grandes escaladas no trecho, apenas alguns pontos onde é necessário o uso de cordas para superar algumas pedras maiores. De modo geral, essa trilha percorre um trecho de mata no início e fica exposta na metade final. Esse trecho final é o mais bonito e pela crista Norte do Morro do Cambirela.

Essa trilha é recomendada para quem deseja um desafio mais intenso e com uma paisagem mais bonita. Ao longo desse trecho, é possível seguir o caminho sempre acompanhado do visual do mar e das praias lá embaixo. E tudo fica cada vez mais distante e pequeno à medida que que você sobe a montanha. É incrível.

Detalhe importante, em quatro momentos desse percurso é necessário o uso de uma corda para superar uma trecho muito íngreme. O mais alto e complicado deles tem cerca de 5 metros de altura que exige força dos braços e equilíbrio com as pernas. Não é vertical, mas é muito inclinado. Como a passagem de trilheiros é constante, há um corda em forma de escada sempre disponível no local. Porém é importante checar se ela está segura para aguentar o peso de quem sobe. Uma queda neste local pode gerar alguns ferimentos graves.

Trilha 3

A mais fácil das trilhas do Cambirela passa por dentro da mata e sobe por dentro de uma vale entre o Cambirela e um morro vizinho. É uma trilha que apresenta menos trechos de grande inclinação. Mas não se engane, na parte mais próxima ao topo também exigirá fôlego e habilidades para superar algumas pedras e raízes. Durante esse percurso, a mata fechada será companheira durante a maior parte do tempo – o que também colabora para aliviar o calor.

Essa talvez seja a trilha mais usada por grupos menos experientes. Com a sombra da mate a te proteger é ideal para percorrer na volta, quando provalemente será início da tarde. Mas cuidado, evite descer a trilha durante a tarde avançada. Sob as árvores escurece rápido e fica fácil se perder.

Percorrendo esse caminho no sentido do cume para a base, a trilha 3 começa bastante íngreme e segue por um riacho morro abaixo. Normal ter trechos com barro e escorregadios. Alguns pontos entre pedras, raízes e água exigem atenção e são tecnicamente difíceis.

Os dois terços finas, descendo, são pouco inclinados e longos rumo à base da montanha. Se a mata estiver mais fechada, prepare-se para roçar braços e pernas diversas plantas. O fato de estar já cansado da subida e descida, tornam esse trecho final – tecnicamente fácil, mais chato e cansativo.

Mapa da trilha do Cambirela

Veja no tracking abaixo a subida pela Trilha 2 e a descida pela Trilha 3. Infelizmente, por conta da mata e dos morros, o GPS não gravou com perfeição o percursos. Porém os pontos de partida e fim estão bem claro e nítidos. E claro, sempre é possível seguir esses caminhos na sua trilha através do aplicativo Wikiloc. Ao todo são aproximadamente 7,8 km de extensão. Clique aqui e acesse a trilha no Wikiloc.

Dicas para a Trilha do Cambirela

1 – Organize seu tempo

O mais comum é começar a trilha bem cedo, por volta das 8h da manhã e concluir por volta das 17h. Ou seja, em momento algum correr o risco de ficar à noite em algum trecho da trilha. Infelizmente não são raros os aventureiros despreparados que voltam perto do fim de tarde e terminam por encarar o trecho de mata fechada já escuro. Terminam por se perder e serem socorridos pelo corpo de bombeiros.

2 – Leve o necessário

Há água potável em alguns trechos da trilha, mas é importante levar uma garrafa ou cantil para ir bebendo e encher nesses pontos. Além disso, leve algo para comer ao longo da trilha (frutas e barras de cereal) e algo para comer no topo da montanha (um sanduíche leve). Esse será o momento de descanso e curtição da paisagem.

3 – O que vestir e usar

O mais importante é um calçado adequado para um trilha de terra, pedra e muito íngreme. Pegue um tênis já amaciado e de preferência resistente a esse tipo de terreno. Calças e camisetas de manga longa são interessantes para evitar arranhões, mas a trilha não exige roupa pesada. É comum trilheiros de bermuda e camiseta de manga curta. Não esqueça o protetor solar e talvez um repelente.

4 – Acampar no topo da montanha

Não é aconselhável mas há muita gente que faz essa aventura. Neste caso é fundamental se planejar bem e entender que tanto a subida, quanto a descida no dia seguinte, serão demoradas. Leve todos os itens necessário para um acampamento e NÃO FAÇA FOGUEIRAS e claro, LEVE O LIXO CONSIGO.

5 – Esteja muito bem informado ou vá guiado

Informe-se bem sobre a trilha antes de fazer essa aventura. Não esqueça de checar a previsão do tempo. Há diversas companhias de aventuras nas região que oferecem passeios guiados até o pico do Cambirela, é uma opção para garantir a segurança e não se preocupar demais com os detalhes.

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